Pesquisadores revelaram recentemente indícios de que uma montanha localizada na borda da Cratera Jezero, em Marte, pode ser, na verdade, um antigo vulcão. A descoberta, publicada em 2025 na revista Communications Earth & Environment, lança uma nova luz sobre a história geológica do planeta vermelho e suas possibilidades de ter abrigado vida em um ado distante. Utilizando dados do rover Perseverance, da NASA, e de diversos orbitadores, cientistas reuniram informações que sugerem que o chamado Jezero Mons pode ser mais do que apenas uma elevação marcante na paisagem marciana.
O interesse pela Cratera Jezero já era grande devido à suspeita de que ali existiu um lago há bilhões de anos. No entanto, a natureza da montanha em sua borda permanecia um mistério. Com a análise detalhada de imagens e medições, especialistas aram a considerar a hipótese de que Jezero Mons apresenta características típicas de vulcões, tanto em Marte quanto na Terra, o que pode alterar significativamente o entendimento sobre a evolução do planeta.
O que torna Jezero Mons um possível vulcão?
As evidências que apontam para a origem vulcânica de Jezero Mons são variadas. Entre elas, destacam-se o formato da montanha, a ausência de crateras de impacto em sua superfície e a semelhança com outras formações vulcânicas conhecidas, como Zephyria Tholus e Apollinaris Tholus, também em Marte, além do Monte Sidley, na Antártida. Esses fatores sugerem que o relevo pode ter sido moldado por antigas erupções, em vez de processos sedimentares ou de impacto.
Outro ponto relevante é a identificação de fluxos de lava fossilizados na encosta noroeste da montanha. Esses vestígios indicam que o material vulcânico pode ter descido até o interior da cratera, cobrindo o solo e formando as rochas que hoje são analisadas pelo Perseverance. A presença predominante de rochas ígneas no fundo da cratera reforça a hipótese de que a atividade vulcânica desempenhou papel central na formação da região.
Como a descoberta impacta a busca por vida em Marte?
A confirmação de que Jezero Mons é um vulcão traz implicações importantes para os estudos sobre a habitabilidade de Marte. Ambientes vulcânicos, especialmente aqueles que envolvem água e calor, são considerados propícios para o surgimento de vida microbiana. Em nosso planeta, regiões hidrotermais associadas a vulcões abrigam ecossistemas únicos, o que levanta a possibilidade de que algo semelhante possa ter ocorrido em Marte há bilhões de anos.
- Hidrotermalismo: A interação entre calor vulcânico e água pode ter criado condições favoráveis à vida.
- Preservação de fósseis: Depósitos vulcânicos podem proteger vestígios biológicos ao longo do tempo.
- Composição química: Rochas vulcânicas oferecem minerais essenciais para processos biológicos.
Esses fatores tornam a Cratera Jezero um dos principais alvos para a coleta de amostras e futuras análises laboratoriais na Terra, especialmente com o retorno das amostras previstas para os próximos anos.

Quais são os próximos os na investigação de Jezero Mons?
Com a identificação de Jezero Mons como possível vulcão, a comunidade científica direciona esforços para aprofundar a análise das amostras coletadas pelo Perseverance. Técnicas como datação por radioisótopos serão empregadas para determinar a idade das rochas e relacionar os eventos vulcânicos à presença de água na região. Essa correlação é fundamental para entender se os períodos de atividade vulcânica coincidiram com condições favoráveis à vida.
- Estudo detalhado das amostras retornadas à Terra.
- Comparação com outros vulcões marcianos já identificados.
- Busca por sinais de antigos ambientes hidrotermais.
- Análise da distribuição de vulcões em Marte para identificar padrões.
Além disso, a descoberta de Jezero Mons como possível vulcão levanta a hipótese de que outras montanhas marcianas, até então pouco estudadas, também possam ter origem vulcânica. Isso amplia o campo de pesquisa e pode revelar novos capítulos sobre a evolução do planeta vermelho.
O que essa descoberta revela sobre a história de Marte?
A confirmação de atividade vulcânica em Jezero Mons sugere que Marte teve um ado geologicamente mais dinâmico do que se imaginava. O entendimento de que vulcões podem ter sido comuns na superfície marciana ajuda a explicar a diversidade de rochas e minerais encontrados pelo Perseverance e outros equipamentos. Além disso, reforça a importância de investigações contínuas para desvendar como esses processos influenciaram o clima, a presença de água e, possivelmente, o surgimento de vida no planeta.
Com cada nova descoberta, Marte revela um pouco mais de sua complexa história. O estudo de Jezero Mons, agora visto sob a ótica do vulcanismo, representa um avanço significativo na compreensão dos processos que moldaram o planeta e alimenta a expectativa de novas revelações nos próximos anos.